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SOBRE O OEIRAS VERDE:

Há algum tempo já que era uma necessidade sentida por mim, Ana Patacho, Trabalhar a Palavra como Música através da Poesia.”


A 8 de Março de 2008 aconteceu num Restaurante em Oeiras – O Solar do Marquês - onde se comemorava o Dia Internacional da Mulher, a Primeira Intervenção do Grupo Oeiras Verde.
A ideia fora-a maturando, pesando-lhe os contornos, amadurecendo-a, até que finalmente ganhou asas para poder voar, mostrando-se e interagindo com quem se sentisse solidário a embarcar numa aventura que na nossa terra nunca se pode saber como acaba.

Grupo inicial de sete vozes femininas, organizado em dois naipes, sopranos e contraltos, o seu trabalho desenvolve-se à volta das palavras poéticas, ditas pelas diferentes vozes de cada um dos elementos intervenientes, harmonizando-as e fundindo-as como um todo, e em que cada Intervenção toma a forma de Concerto.
A pouco e pouco foi tida a falta de um contraponto masculino.
Era um enriquecimento e o trabalho de qualquer Projecto Cultural deve sempre evoluir, abrindo novas perspectivas, sem desvirtuar os propósitos originais.
E já que a presença de um músico - só adiada até este se desvincular da parte laboral/profissional - estava assegurada desde o início da génese deste projecto, o Grupo Oeiras Verde estabilizou com cinco vozes femininas e uma masculina, aos quais a partir do final de Janeiro de 2009 se pôde juntar finalmente a mais valia da presença do músico gerador das sonoridades.

De cariz inteiramente livre na responsabilidade total de formas e conteúdos,
sem subsídios, patrocínios ou apoios de qualquer espécie, o Grupo Oeiras Verde responde por si nas muitas Intervenções que desde a sua estreia, foram apresentadas. E a escolha é sempre da sua total responsabilidade.

Amadores a trabalhar de forma profissional, muitos foram os convites, as solicitações, chegando mesmo, no ano de 2009, a uma média de um Grande Concerto por mês ( se excluirmos os dois meses de Verão e Férias).
A partir de Janeiro de 2009, com o convite para uma Homenagem a António Gedeão no palácio Galveias, foram várias as vezes que voltaram a Lisboa, e algumas com duplas e triplas participações.

Poetas dizemos todos. Poemas também.

Neste momento, como REPERTÓRIO, coexistem vários projetos que foram trabalhados e já partilhados, no tempo e no espaço, com públicos diversos: a Guerra versus Amor , a Lusofonia, Poesia erótico-satírica, os Poetas do Parque ( Parque dos Poetas ) , Homenagem a José Afonso por ocasião dos 25 Anos da sua morte em 2012, e uma Homenagem a Bernardo Santareno e Ary dos Santos ( para ser apresentada no Museu da
Resistência em Lisboa e com boas perspectivas de ser apresentada também em Calhandra ), que se encontra em agenda para poder ser trabalhada.

Os Locais onde atuaram foram muitos e variados também: entre eles, Galeria Verney, COSA em Oeiras, Palácio Galveias, Centro Cultural de Cascais, Santiago Alquimista, Chapitô, A Comuna, Biblioteca Municipal de São Domingos de Rana, A Barraca, Fábrica de Xabregas, Uso ( Universidade Sénior de Oeiras ), Auditório César Batalha e agora o CCPEGIPTO ( Centro Cultural Palácio do Egipto em Oeiras ).
*
Não há poetas difíceis ou mais fáceis. Há boa poesia ou menos boa.

Acima de tudo há que encontrar o âmago de cada poema ( e de cada poeta ) e dar-lhe o lugar certo para o contexto que se pretende apresentar.
E depois trabalho, amor, dedicação.

Ana ( Verde ) Patacho
Oeiras, 4 de Março de 2013


ROMANCE SONÁMBULO

A Gloria Giner
y a Fernando de los Ríos


Verde que te quiero verde. 
Verde viento. Verdes ramas. 
El barco sobre la mar 
y el caballo en la montaña. 
Con la sombra en la cintura 
ella sueña en su baranda, 
verde carne, pelo verde, 
con ojos de fría plata. 
Verde que te quiero verde. 
Bajo la luna gitana, 
las cosas le están mirando 
y ella no puede mirarlas. 



Verde que te quiero verde. 
Grandes estrellas de escarcha, 
vienen con el pez de sombra 
que abre el camino del alba. 
La higuera frota su viento 
con la lija de sus ramas, 
y el monte, gato garduño, 
eriza sus pitas agrias. 
¿Pero quién vendrá? ¿Y por dónde...? 
Ella sigue en su baranda, 
verde carne, pelo verde, 
soñando en la mar amarga. 



Compadre, quiero cambiar 
mi caballo por su casa, 
mi montura por su espejo, 
mi cuchillo por su manta. 
Compadre, vengo sangrando, 
desde los montes de Cabra. 
Si yo pudiera, mocito, 
ese trato se cerraba. 
Pero yo ya no soy yo, 
ni mi casa es ya mi casa. 
Compadre, quiero morir 
decentemente en mi cama. 
De acero, si puede ser, 
con las sábanas de holanda. 
¿No ves la herida que tengo 
desde el pecho a la garganta? 
Trescientas rosas morenas 
lleva tu pechera blanca. 
Tu sangre rezuma y huele 
alrededor de tu faja. 
Pero yo ya no soy yo, 
ni mi casa es ya mi casa. 
Dejadme subir al menos 
hasta las altas barandas, 
dejadme subir, dejadme, 
hasta las verdes barandas. 
Barandales de la luna 
por donde retumba el agua. 



Ya suben los dos compadres 
hacia las altas barandas. 
Dejando un rastro de sangre. 
Dejando un rastro de lágrimas. 
Temblaban en los tejados 
farolillos de hojalata. 
Mil panderos de cristal, 
herían la madrugada. 



Verde que te quiero verde, 
verde viento, verdes ramas. 
Los dos compadres subieron. 
El largo viento, dejaba 
en la boca un raro gusto 
de hiel, de menta y de albahaca. 
¡Compadre! ¿Dónde está, dime? 
¿Dónde está mi niña amarga? 
¡Cuántas veces te esperó! 
¡Cuántas veces te esperara, 
cara fresca, negro pelo, 
en esta verde baranda! 



Sobre el rostro del aljibe 
se mecía la gitana. 
Verde carne, pelo verde, 
con ojos de fría plata. 
Un carámbano de luna 
la sostiene sobre el agua. 
La noche su puso íntima 
como una pequeña plaza. 
Guardias civiles borrachos, 
en la puerta golpeaban. 
Verde que te quiero verde. 
Verde viento. Verdes ramas. 
El barco sobre la mar. 
Y el caballo en la montaña.

2 de agosto de 1924
Federico García Lorca

E ele ainda não te conhecia! ;-)»

Beijos

Jorge Castro 


miguel taveira12/03/2013

A poesia sempre na linha da frente de todos os combates.




5 comentários:

  1. Votos do maior sucesso para este blog!

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    1. NUM BLOG QUE ESTÁ A COMEÇAR A DIVULGAR TODO UM TRABALHO ( O DO GRUPO OEIRAS VERDE ) DESENVOLVIDO HÁ CINCO ANOS, VER COMENTÁRIOS ( PARA ALÉM DAS VISITAS AO BLOG ) É UM CONTENTAMENTO. OS VOTOS ESTÃO AGRADECIDOS. AS VISITAS AO BLOG QUE CONTINUEM QUE PROMETEMOS NOVAS NOVAS !!!!!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Uma boa ideia esta de registar em blogue o vosso trabalho (de louvar) pela divulgação da poesia.
    Manuela A.

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  4. é proibido gabar ou zurzir na escolha do «poeta do mês»?
    Gostei da escolha da Natália mas não foi possível registá-lo.

    Não gostei do Manuel Alegre, apesar de ser muito musical e de salão - o que vos deve facilitar muito o trabalho. (puxa, sou mesmo ruim!...)
    Manuela, Manela, Manuela A, magostinho consoante o tempo mas nunca por causa do Acordo Ortográfico!

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